2012/02/25

O idiota e a moeda




Conta-se que numa vila do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.
Um pobre coitado, de pouca inteligência, viviade pequenos biscates e esmolas.
Diariamente eles chamavam o idiota aobar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: umagrande de 400 REIS e outra menor, de 2000 REIS. Ele escolhia sempre amaior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e perguntou-lhe se ainda nãohavia percebido que a moeda maior valia menos.
Respondeu o tolo: - Eu sei, ela vale cinco vezes menos, mas no dia queeu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar a minha moeda.

Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
A primeira: Quem  parece idiota, nem sempre é.            
A segunda: Quem eram os verdadeiros idiotas da história?             
A terceira: Se fores ganancioso, acabas por estragar a tua fonte de rendimento. 
Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estarbem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, o que realmente somos.

Profundo!!!
O maior prazer de um homem inteligente é armar-se em idiota diante deum idiota que se arma em inteligente.

Conclusões interessantes! 

2012/02/23

25 anos Zeca Afonso

Faz hoje 25 anos da morte de Zeca Afonso, um homem calmo porém polémico, que não se identificava com o regime salazarista e que durante toda a sua vida lutou, à maneira dele, por um mundo melhor!!!

Fazes cá falta Zeca Afonso, as tuas palavras de intervenção, o não se acomodar ao instituido e o incentivo de luta pelos direitos dos cidadaos!!!
Sou pós 25 de Abril, nasci em 1975, e nunca ouvi passar na radio tanta música do Zeca como actualmente!!! E Tão actual está, infelizmente!!!

Precisamos todos de um bocadinho da "rebeldia" dele para ver se conseguimos mudar este país, esta podridao!!

Se tiverem curiosidade vejam esta entrevista fantastica
http://www.esquerda.net/artigo/2277zeca-afonso-for%C3%A7-das-palavras





No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]
A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas
São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada